
Principais produtos do mercado financeiro
Principais Produtos Financeiros
– CDB
– Tesouro Direto
– Fundos imobiliários
– Fundos multimercados
– LCI/LCA
– Ações
– Previdência Privada
CDB
Uma das aplicações mais conhecidas do mercado, o CDB é a sigla para Certificado de Depósito Bancário. É um tipo de investimento tão seguro quanto a poupança, mas com opções de rendimentos melhores. É como se o investidor fizesse um empréstimo para a instituição financeira. Em troca, o banco em questão devolve o montante aportado mais o juro estabelecido entre as duas partes. Como vivemos um momento de queda de juros, a poupança tem ficado cada vez menos rentável, por isso o CDB acaba sendo uma alternativa de renda fixa para quem procura segurança e rentabilidade. O CDB é uma opção que se encaixa perfeitamente na carteira de investidores donos de um perfil mais conservador.
Existem três tipos de CDB: pré-fixado, pós-fixado e híbrido.
A principal diferença entre eles é como a rentabilidade do título é determinada.
Vantagens
Uma das vantagens de investir em CDB é que esses títulos possuem uma rentabilidade maior que a poupança. Podem ser boas alternativas de diversificação de carteira também a investidores de perfis moderado e agressivo, dependendo de prazo e indexador. As aplicações em CDBs são asseguradas pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por conjunto de depósitos e investimentos em cada instituição ou conglomerado financeiro, limitado ao teto de R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para garantias pagas para cada CPF ou CNPJ. Outra característica do CDB é a flexibilidade. Há opções que oferecem liquidez diária, voltadas para metas de curto prazo. Ao mesmo tempo, há alternativas disponíveis para objetivos de prazo mais longo, como a compra de um imóvel.
Desvantagens
A principal desvantagem é que o CDB não é a melhor alternativa para o curto prazo por conta da realização. E mesmo com toda a segurança oferecida pelo FGC, é importante avaliar o perfil do emissor do CDB. Para captar a atenção dos investidores, os bancos de menor porte tendem a oferecer rentabilidades bem mais atrativas. Em contrapartida, são instituições mais frágeis e com mais riscos. Neste caso, para se proteger além da garantia do FGC, o investidor precisa pesquisar sobre o rating da empresa emissora, atestando se ela é confiável ou não. Outra desvantagem são as taxas que podem ser cobradas. A taxa de custódia é um valor cobrado mensalmente pelas corretoras para armazenar os títulos de um determinado investidor. Por sua vez, a cobrança de Imposto de Renda dos CDBs incide apenas sobre os rendimentos da aplicação e de forma regressiva (a alíquota varia de 22,5% a 15%, de acordo com o prazo do investimento. Já o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) só é obrigatório quando a aplicação e resgate foram realizados em até 30 dias.
Tesouro Direto
O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional e da B3 (antes era conhecida como BM&F Bovespa) que foi criado em 2002 pelo Tesouro Nacional (secretaria do Governo Federal, responsável por administrar os recursos financeiros que entram nos cofres públicos), para compartilhar com qualquer brasileiro a negociação de títulos públicos federais de forma simples, rápida e online. O funcionamento é bem simples. Você empresta seu dinheiro ao Governo Federal, que precisa captar recursos para financiar projetos de educação, saúde e outros. Assim, você se torna credor do governo e recebe o valor emprestado com as devidas correções de juros. O Tesouro Direto disponibiliza títulos com diferentes datas para vencimento e cada um possui uma rentabilidade diferente.
Basicamente, existem duas modalidades diferentes:
Prefixados: aqui, você sabe exatamente quanto irá receber no vencimento.
Pós-fixados: a rentabilidade da aplicação é composta por uma taxa predefinida mais a variação de um indexador. Pode ser a taxa básica de juros, a Selic, ou a inflação, que é medida pelo IPCA.
Vantagens
Existem alternativas de títulos para diversos objetivos e prazos. Para o curto prazo, o Tesouro Selic é uma boa opção. Para o longo prazo, escolha títulos com vencimentos maiores, como por exemplo o IPCA+2045. Além disso, é possível começar com pouco: com R$ 30 é possível comprar títulos do Tesouro. Outra vantagem é que os títulos do Tesouro são garantidos pelo Governo Federal, possuindo, portanto, o menor risco do mercado. E é bem fácil solicitar o resgate: em até 1 dia útil o dinheiro estará na sua conta.
Desvantagens
Com a exceção do Tesouro Selic (que possuem liquidez e retorno constante), os demais podem sofrer perda de rentabilidade com resgates antecipados. Além disso, são cobradas algumas taxas e impostos:
– Taxa de custódia: a B3 cobra uma taxa fixa de 0,25% ao ano sobre o valor dos títulos referente aos serviços de guarda dos títulos e às informações e movimentações dos saldos.
– Taxa de corretagem: Cada corretora determina seu valor. Geralmente, corretoras não ligadas a bancos ou são isentas ou cobram entre 0,1% e 0,5% por movimentação.
– IOF: o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros é cobrado em investimentos com prazo menor que 30 dias. Essa taxa segue uma tabela regressiva, então isso significa que o valor cai conforme a data se aproxima.
– Imposto de Renda: o IR é obrigatório e a alíquota varia de acordo com o prazo de investimento. São 22,5% para aplicações mais curtas a 15% para aplicações mais longas.
Fundos imobiliários
Os fundos imobiliários são semelhantes a outros tipos de fundos de investimentos. Consistem na união de recursos de diversos investidores que têm o objetivo de aplicar no mercado imobiliário. Ao investir, você adquire pequenos pedaços do fundo, que são as cotas. Com esse patrimônio, o gestor do fundo imobiliário pode adquirir títulos imobiliários e imóveis como shoppings, galpões logísticos, lajes corporativas, hospitais e outros negócios do ramo imobiliário. Indiretamente, um cotista é como um pequeno sócio desses empreendimentos, recebendo parte do lucro dos aluguéis e sendo beneficiado pela valorização da rede de imóveis do fundo.
Vantagens
Por ser muito fácil, a aquisição de cotas de um fundo imobiliário pode ser feita através de uma corretora ou homebroker. A aquisição dos imóveis pelo fundo imobiliário é delegada ao gestor do fundo, que se encarrega de todo o processo. Além disso, há a possibilidade de exposição diversificada em diversos empreendimentos, onde muitos deles não acessíveis ao investidor individual, e a diversificação de locatários, que comumente são empresas de médio e grande porte ou multinacionais. Isso se traduz numa menor concentração de risco de vacância e inadimplência. O FII é um tipo de investimento com alta liquidez para compra e venda de cotas, além de ser possível investir com corretagem zero (ao contrário do que acontece no caso de imóveis físicos).
Como a gestão é feita por gestores profissionais, não é preciso se preocupar com o controle de inquilinos e burocracias.
Desvantagens
Por não ser um investimento com gestão própria, há a dependência da eficiência do gestor. Como não é o investidor que escolhe os ativos, é preciso escolher bem quem será o responsável pelo gerenciamento do seu dinheiro, já que há risco de perda de rentabilidade. É preciso ficar atento também aos valores de corretagem e de taxas de administração, que podem ser altas e diminuir os ganhos dos investidores. Por ser um investimento em um setor único, o de imóveis, há ainda o risco de se sofrer com problemas como inadimplência e vacância.
Fundos multimercados
Renda fixa, câmbio, ações de empresas, derivativos e outros ativos podem compor um dos tipos de investimentos chamado fundo multimercado. Indicado para quem gosta de distribuir seu capital nas diferentes alternativas oferecidas pelo mercado financeiro, os fundos multimercados podem agradar a quem gosta de ter uma carteira variada e não tem problemas em colocar um pouco mais de risco na hora de investir.
Vantagens
A principal vantagem do fundo multimercado é a diversidade de investimentos e a liberdade para mesclá-los, além das variações de estratégias. Isso sem contar a gestão de um profissional capacitado, que cuidará dos investimentos com liberdade para buscar sempre a melhor opção. É possível ainda se beneficiar de manobras de alavancagem, alternativas de liquidez e rentabilidade geralmente superior ao CDI.
Desvantagens
Assim como os demais fundos de investimentos, o multimercado também não tem nenhuma garantia, principalmente do FGC. Neste caso, é preciso ter bastante atenção quanto à credibilidade da gestora do fundo. Por ser um investimento diversificado, pode conter ativos de maior risco, sendo mais recomendado a investidores que tenham tolerância às oscilações do mercado. Além disso, o fundo multimercado pode ter alguns descontos de taxas e impostos, como a taxa de performance (em caso de resultados acima do esperado), a taxa de saída (caso o investidor não cumpra um tempo mínimo), o IOF (somente nos 30 primeiros dias), o IR regressivo (que varia de 22,5% a 15%) e também o come-cotas antecipado a cada 6 meses.
LCI/LCA
A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) é um instrumento de captação que pode ser emitido por instituições autorizadas pelo Banco Central, com objetivo de financiamento do setor imobiliário. Já a Letra de crédito do Agronegócio (LCA) é um título emitido pelas mesmas instituições, mas vinculado aos direitos creditórios do Agronegócio. Assim, ao investir em letras de crédito, você está financiando o setor imobiliário (no caso da LCI) ou o setor de agronegócio (no caso da LCA).
Vantagens
A principal vantagem de se aplicar em LCI ou LCA é a isenção de imposto de renda e de IOF, fato que beneficia o investidor com foco no longo prazo. Além disso, ambos os investimentos possuem a garantia do FGC, nos mesmos critérios dos demais investimentos citados acima.
Desvantagens
Por terem diversas modalidades e prazos, as LCIs e LCAs não são indicadas para quem quer investir no curtíssimo prazo. Isso porque o resgate antes do prazo estipulado pode gerar perda de rentabilidade. Além disso, é preciso estar atento ao rating das instituições financeiras. Isso porque, quanto menor for a nota, maior o risco que o investidor terá.
Ações
As ações representam uma fração do capital social de uma empresa. Dessa maneira, ao comprar uma ação, o investidor se torna sócio do negócio, inclusive participando dos lucros e prejuízos, como qualquer empresário.
Existem dois tipos básicos de ações:
– Ações preferenciais (PN): São as que dão preferência aos acionistas no pagamento de dividendos e em caso de liquidação da empresa. Isso significa que, em caso de falência, os donos delas têm mais chance de recuperar seu investimento do que aqueles que possuem as ações ordinárias. Na bolsa, são identificadas com o final 4.
– Ações ordinárias (ON): São as que dão direito ao voto em assembleia para quem é acionista. Quanto maior a quantidade, maior o peso do voto. É possível identificar uma ação como ordinária quando seu nome termina com 3.
Vantagens
Por estarmos em um momento de taxa Selic em queda, o investimento em renda variável é o que possibilidade um ganho maior do que a renda fixa.
Além disso, para comprar e vender ações é simples e exige apenas uma conta em corretora de valores com um homebroker para efetuar as negociações.
Desvantagens
Alto risco
Previdência privada
Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL)
O PGBL e o VGBL têm características e nome parecidos, porém são submetidos à tributação diferenciada.
A principal diferença entre os dois reside no tratamento tributário dispensado a um e outro. Entretanto, enquanto no VGBL o imposto de renda incide apenas sobre os rendimentos, no PGBL o imposto incide sobre o valor total a ser resgatado ou recebido sob a forma de renda.
Benefícios de risco passíveis de contratação junto a um plano PGBL ou VGBL
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Renda por invalidez: renda mensal para o participante em caso de invalidez total e permanente.
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Pecúlio por invalidez: pagamento único ao participante realizado em caso de invalidez total e permanente.
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Pensão por morte: renda mensal para o(s) beneficiário(s) determinado(s) pelo participante, em caso de sua morte.
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iPecúlio por morte: pagamento único ao(s) beneficiário(s) determinado(s) pelo participante, em caso de sua morte.
Taxas ligadas a planos PGBL e VGBL:
i. Taxa de Administração Financeira (TAF): cobrada sobre o montante total do fundo, sendo apropriada diariamente e cobrada mensalmente ou em período definido no regulamento. Dica: procure por fundos com as menores taxas, mas sempre compare fundos com o mesmo perfil de risco.
ii. Taxa de Carregamento na Entrada: cobrada de forma única e exclusiva sobre cada valor depositado no fundo previdenciário. Dica: procure por planos que não cobram carregamento na entrada. Sim, eles já existem e estão por aí.
iii. Taxa de Carregamento na Saída: cobrada de forma única e exclusiva sobre montantes resgatados ou transferidos para outro plano. Dica: procure por planos que não cobram carregamento na saída. Sim, muitos planos previdenciários modernos não cobram nenhum tipo de carregamento na entrada ou na saída, pelo menos após uma carência de curto prazo, em geral, de 24 meses.
iv. Taxa de Performance: cobrada sobre a rentabilidade obtida pelo fundo acima de determinado índice de referência (definido no regulamento do fundo). Dica: ainda não é comum fundos previdenciários cobrarem esta taxa, mas fique atento, pois o mercado está evoluindo e a Susep permite a cobrança.
Opções de renda:
i. Renda Mensal Vitalícia: renda mensal garantida por toda a vida a partir da conversão do plano em benefício. Esta opção de renda cessa quando o participante vem a falecer.
ii. Renda Mensal Temporária: renda mensal paga por, no máximo, um prazo escolhido pelo participante. Esta opção de renda cessa ao final deste período ou em caso de falecimento do participante (o que ocorrer antes).
iii. Renda Mensal por Prazo Certo: renda mensal garantida por prazo escolhido pelo participante. Em caso de sua morte durante o período de recebimento da renda, esta passa para seu(s) beneficiário(s) até o final do prazo escolhido.
iv. Renda Mensal Vitalícia com Prazo Mínimo Garantido: renda mensal garantida por toda a vida e com prazo mínimo garantido e escolhido pelo participante. Em caso de sua morte antes deste prazo mínimo, a renda passa para seu(s) beneficiário(s) até o final deste prazo.
v. Renda mensal vitalícia reversível a um ou mais beneficiários: renda mensal garantida por toda a vida do participante. Em caso de sua morte durante o período de recebimento da renda, esta passa para seu(s) beneficiário(s) até a(s) morte(s) deste(s). Caso o(s) beneficiário(s) venha(m) a morrer antes do participante, a reversibilidade da renda cessa.
vi. Renda mensal vitalícia reversível ao cônjuge com continuidade aos menores (até 18, 21 ou 24 anos a escolher): mesma ideia da renda citada anteriormente, mas agora o benefício passará para o cônjuge. Na morte deste, o benefício passa para o(s) menor(es) beneficiário(s) em caráter temporário (até 18, 21 ou 24 anos sob escolha do participante).
Estratégia independente de planejamento da aposentadoria:
vantagens e desvantagens
Outra opção para o planejamento da aposentadoria é seguir uma estratégia independente, que consiste na “autoadministração” de investimentos, visando a sua aposentadoria. Ao seguir essa estratégia, você se torna gestor dos seus investimentos e passa a ser o responsável pelas escolhas de produtos e pela decisão dos momentos de compra ou venda dos ativos. Em outras palavras, você decidirá se vai investir em poupança, CDB, títulos públicos, ações, imóveis etc. Como tudo na vida, seguir essa estratégia possui vantagens e desvantagens.
Vantagens
• Possibilidade de maior retorno financeiro devido à eliminação de intermediários.
• Liberdade na administração do dinheiro.
• Possibilidade de aprendizagem (o investidor deve ler, fazer cursos e se envolver com seus investimentos financeiros).
Desvantagens
• Risco de uso dos recursos para outras finalidades (exemplo: trocar de carro, fazer uma viagem).
• Inabilidade na gestão dos recursos pode acarretar perda de dinheiro (sem o conhecimento financeiro, você pode fazer escolhas inadequadas).
• Demanda dedicação e tempo de estudo em relação a assuntos financeiros.